Patrocínio

Olá, insanos leitores deste blog bizarro. Após muito tempo afastado por motivos absolutamente irracionais (último ano de faculdade não é mole), a equipe do JuwerBlog se reuniu para mais uma matéria de relevância no mínimo questionável.

O assunto de hoje tem lá sua face de seriedade: "O papel do patrocínio nas diversas atividades esportivas e culturais nos dias atuais". Não, não é uma monografia, nem uma dissertação de mestrado, muito menos uma tese de doutorado. São apenas observações. Já reparou que de um tempo para cá é praticamente impossível você ver um filme sem alguém tomar uma Coca-Cola virada para a câmera? Ou uma novela sem alguém comprar um celular da Vivo e listar as vantagens de usá-lo? O que dizer então de carros de F1 e camisas de equipes de futebol? Já viu alguma peça de teatro sem faixas com os patrocinadores na entrada do teatro?

Pois bem, lembro-me com clareza de dois patrocínios audaciosos por parte do Madureira Esporte Clube, o querido Tricolor Suburbano. Os dois localizados na parte glútea do short dos atletas. Um deles estampava com orgulho a marca da "Casa do Biscoito"... local escolhido a dedo, afinal a rosca dos atletas... bom, deixa pra lá. A outra, uma propaganda do Habib's, refiria-se ao preço da esfirra: "R$ 0,39". Convenhamos que pôr um preço na sua, digamos, retaguarda abre margem a muitos questionamentos. Muitos atletas adversários ficaram com água na boca. Como forma de ilustrar o assunto vejam a nova camisa do Corinthians. Beira o ridículo e o patético. Inventaram até slot no suvaco para fazer propaganda de desodorantes... Se continuar neste rítmo teremos na frente dos calções anúncios de camisinha.

Porém, a necessidade de recursos e a incontrolável guerra na luta por patrocínios não é uma busca contemporânea. Após uma pesquisa incessante em arquivos, bibliotecas mundiais, livros sagrados e até no jornal "Meia Hora", conseguimos um revelador, intrigante e verídico acervo que promete gerar polêmica e mudar nossa visão sobre alguns acontecimentos históricos. O JuwerBlog tem o orgulho de noticiar em primeira mão informações que abalarão as estruturas do mundo atual, quebrando paradigmas e obrigando instituições seculares e historiadores renomados a prestar esclarecimentos.

Antes um aviso se faz necessário. Não é objetivo do JuwerBlog destruir crenças, sentimentos, Instituições, Estados e demais atores que fundamentam o que nós reconhecemos como sendo a base de nossa sociedade moderna. Prezamos pela credibilidade e não iríamos correr o risco de destruir nossa reputação com informações levianas. Pedimos que as pessoas que lerem as informações abaixo estejam cientes que sua visão da realidade irá mudar. Lamentamos desde já os suicídios, que infelizmente julgamos inevitáveis, de pessoas que não assimilarão tais informações.

Dados os avisos, prossigamos. Listaremos algumas de nossas descobertas.

1 - Todos conhecem a história de Noé. Sim, o cara da arca. Após uma árdua pesquisa descobrimos algumas informações que acabaram sendo omitidas na Bíblia. Após ganhar a licitação para a construção da Arca (há indícios de fraude), Noé passou por sérias dificuldades na conclusão da obra. Assim como toda obra projetada por Niemeyer os custos do projeto são altíssimos. Noé conversou com seu arquiteto que porém não abriu mão das longas rampas de concreto armado que dariam acesso ao interior da embarcação. Visto que o prazo de entrega não poderia ser adiado por razões óbvias (prática comum até os dias de hoje falando em grandes obras, principalmente públicas), Noé foi em busca de alternativas financeiras para a finalização do projeto.

Na foto abaixo vemos as obras paralisadas e Noé argumentando com o recém-formado Oscar Niemeyer. Importante esclarecer que a foto se trata realmente da Arca de Noé, não se trata da Cidade da Música. Confusões são compreensíveis.

Em busca de patrocínio, Noé fechou com uma construtora de hidrelétricas e duas fabricantes de guarda-chuvas, entusiasmadas com a perspectiva de novos negócios. Assim, o apoio financeiro destas empresas constituiu-se o primeiro patrocínio corporativo da humanidade.

Sejamos agora mais gerais.

2 - Jesus recusou-se a fazer um comercial promovendo o "XXI Encontro de Plantadores de Quiabo de Jerusalém". Porém, seu empresário picareta, Judas, já havia assinado contrato garantindo a participação. Jesus foi condenado por quebra de contrato e Judas fugiu com o dinheiro... o resto da história nós conhecemos.

3 - As muralhas de Tróia, após a derrota, transformaram-se em espaços disputados para cartazes que promoviam shows de segundo escalão, feijoadas em quadras de escolas de samba, bailes funk e demais eventos de qualidade duvidosa. Isso sem ser mencionadas as propagandas em forma de pinturas, citando jogadoras de tarô e búzios e cursos supletivos sem necessidade de presença nas aulas.

4 - O homem inventou a roda graças aos investimentos em tecnologia possibilitados por um patrocínio da Goodyear.

5 - O local para a Independência do Brasil foi escolhido como parte do contrato de patrocínio dos Postos Ipiranga.

6 - O naufrágio do Titanic fazia parte de uma campanha publicitária de uma agência de seguros.

7 - A bandeira fincada na lua não era a americana, era da Coca-Cola.

8 - O atentado ao WTC foi financiado por uma empresa de demolição como parte de uma ação de marketing agressivo.

9 - Thomas Edison inventou a lâmpada graças a um contrato assinado com a Philips.

10 - O nome do avião de Santos Dumond, "14 bis", foi escolhido como uma forma de patrocínio da Lacta.

Visto as informações pertubadoras acima expostas esperamos que os leitores tenham a compreensão necessária para lidar com elas. O Blog não se responsabiliza pela atitude de seus leitores e se isenta de culpa em possíveis óbitos.

Vinícius Juwer.

De volta das Férias!

Depois de um período de merecidas férias a equipe do JuwerBlog voltou de sua valiosa viagem à fronteira oriental da Suazilândia com muitas novidades. Durante a incomparável experiência que incluiu a culinária local (ou a falta dela, beirando a completa inanição), os esportes nacionais (onde o futebol de campo foi subistituído pelo de botão, pois neste não é indispensável possuir as duas pernas), além da magnifica execução do hino nacional, o "Nkulunkulu Mnikati wetibusiso temaSwati", na voz de 5 anciões e um tocador de tuba, nosso staff resolveu retornar à terra mãe antes mesmo do feriado de comemoração ao aniversário do atual Rei Mswati (19/04), por perceber que o BBB já havia começado.

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3 meses longe de seu país é o bastante para se surpreender com algumas coisas e começar a questioná-las. Porém devemos dar crédito a comportamentos perspicazes. O que me chamou a atenção no jornal comprado logo no desembarque no aeroporto foi a foto de um lindo castelo às margens de um paradisíaco lago. No decorrer da leitura ficou claro que a construção pertencia à um deputado residente em Brasília. Gostaria de dar então aqui, publicamente, meus parabéns ao deputado responsável pela grandiosa obra! Estamos cansados de ver nosso dinheiro desviado para paraísos fiscais, depositados na Suiça, Ilhas Cayman etc. Precisamos ver nosso dinheiro ser investido, dando resultados. A atitude do deputado é louvável, de uma criatividade surpreendente e o resultado de um glamour invejável. Fico feliz em ver o meu dinheiro ser roubado e queimado em obras que se podem observar e admirar. Considero que estava entediado de ver meus impostos serem simplesmente transferidos em forma de números bancários para outros lugares.

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Na página seguinte me surpreendo com uma inacreditável briga diplomática entre o Brasil e a Itália. Ao que parece o presidente Lula negou a extradição de um condenado da justiça italiana por 4 mortes e atentados. A alegação do Governo brasileiro é que o acusado sofreria perseguição política na europa. WOW! Sensacional! Me lembrei na hora do episódio do boxeador cubano que durante o Pan do Rio em 2007 desertou de sua delegação e pediu asilo político ao Brasil. Resposta? Negado! Parece que o país se esqueceu da tal perseguição política... o cubano hoje foi obrigado a largar o esporte e impedido de sair da ilha por qualquer que seja o motivo. WOW! Nosso país se especializa em conceder abrigo a assassinos e terroristas e a negar a esportistas.

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Ao virar para a página de política me deparo com uma foto ocupando 3/4 da totalidade do espaço. Tentarei descrever a horripilante imagem. Sentada diante de uma bancada bem arrumada, com um pano branco bordado e um microfone elegante, havia uma criatura digna dos contos de Stefan King. Numa pele branca, esticada como um saco plástico, destacava-se uma maquiagem rosa junto com um batom vermelho ao extremo. Os olhos refletiam o grau de tensão em sua pele, que combinavam com um cabelo ruivo, armado, um suporte para o laquê ali presente. Acima a manchete, em letras garrafais, informava: "Dilma Rousseff passa por cirurgia plástica de olho em 2010". A menos que em 2010 seja filmado algum tipo de filme de terror de quinta categoria admito que não entendi o espírito da coisa.

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Antes de chegar na quinta página do meu recém adquirido jornal já me encontrava novamente no balcão da companhia aérea buscando uma nova passagem com destino à Suazilândia. Me bateu como um raio saudades das notícias normais e compreensíveis do único jornal do reduto africano: "Leão desiste de devorar cidadão após suplica do atacado: 'você não vai querer me comer, eu só tenho osso'. O leão assentiu e se retirou", "Rei planeja mandar candidatura da Suazilândia para a Copa de 2022: 'Se o Brasill conseguiu, não vejo porque não podemos' declarou o monarca". Infelizmente as passagens para o país estam totalmente esgotadas para os próximos 10 meses e a fila de espera chegava a 22.134 pessoas. Parece que não fui o único a ter a idéia.

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Preso em terras tupiniquins já abdiquei dos confortos oferecidos aos estrangeiros em território suázi e me comprometo a voltar a cobrir os fatos enigmáticos deste local bizarro (falo do Brasil, é claro).

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Vinícius Juwer.